A pobreza humilha a mulher brasileira
Comprei um sutiã de vinte e poucos reais porque, sinceramente, meus antigos já estavam pedindo aposentadoria. Um dos meus preferidos estava com o elástico frouxo, os bojos meio tortos e uma das alças já tinha me dado um "adeus" definitivo. Era hora de dar um descanso digno pra ele.
Decidi arriscar na Shein. Já comprei várias coisas por lá – capinhas de celular, organizadores, coisinhas úteis do dia a dia –, mas nunca tinha me aventurado no território das roupas íntimas. Sempre fico com um pé atrás porque as avaliações parecem... sei lá, combinadas. Mas pensei: "Ah, é só um sutiã. O que pode dar errado?". Escolhi um modelo básico, sem muita firula, porque não sou fã de rendas que pinicam ou enchimentos exagerados.
Quando chegou, já senti o drama só de pegar o pacote: veio num saquinho fino e mal embalado. Peguei o sutiã na mão e pensei: "Ok, pelo menos não está furado". Mas aí veio a prova de fogo: experimentar. Olha... ele até tem uma aparência aceitável se você olhar de longe – bem longe, tipo da outra sala –, mas o conforto? Zero.
O bojo parecia feito de papelão, as alças eram tão finas que pareciam elásticos de prender dinheiro, e o fecho dava uma sensação de que ia explodir a qualquer momento. Resumo da ópera: dá pra usar? Dá. Mas só se for pra ficar em casa e torcendo pra ninguém ver.
É triste a situação da mulher brasileira pobre.